A Souza Cruz é a líder do segmento de cigarros no Brasil com cerca de 80% do mercado e sofre com as quedas nas vendas de seus produtos não apenas porque o país passou a fumar menos nas últimas 3 décadas, mas principalmente por causa do contrabando, que representa números alarmantes de mais de 50% do mercado. Isso mesmo, mais da metade do cigarro consumido no Brasil é ilegal.
Já tratamos do assunto neste artigo e mostramos que mesmo com quase 81% de imposto, o contrabando de cigarros desequilibra esta conta e o custo em saúde é maior do que a arrecadação.
Para tentar remediar a situação, a Souza Cruz busca estratégias e há dois anos colocou um novo nome para sua presidência nacional, Liel Miranda, executivo sul-mato-grossense que está há 30 anos na BAT (British American Tobacco, dona da Souza Cruz) e já ocupou cargos de comando na China, Canadá e Inglaterra.
O novo presidente possui dois grandes desafios à frente, o primeiro é lutar contra o produto ilegal e assim diminuir as perdas que a indústria amarga no país e a segunda é fazer andar a pauta da liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil, proibidos pela Anvisa desde 2009.
Com este segundo objetivo em mente a Souza Cruz segue o exemplo de sua maior concorrente, a Philip Morris, que no final do ano de 2017 foi à público declarar que estava fazendo uma “resolução de ano novo” dizendo que iria “parar com os cigarros” e se concentrar em uma migração gradativa para alternativas de risco reduzido como o tabaco aquecido e o cigarro eletrônico.
A aposta está neste novo mercado em franca expansão ao redor do mundo, cujo produto é naturalmente relacionado ao cigarro ou ao ato de fumar.
A Istoé dinheiro realizou uma entrevista com Liel Miranda que disse:
Scott Gottlieb, chefe de pesquisas do Food and Drug Administration (FDA), órgão regulamentador dos Estados Unidos assim como a Anvisa é para o Brasil, diz:
Infelizmente o discurso da Anvisa é o mesmo de 10 anos atrás e insiste em dizer que não existem estudos que comprovem a segurança dos dispositivos, ignorando mais de 800 pesquisas científicas independentes que mostram sem sombra de dúvida que os cigarros eletrônicos são mais seguros e menos prejudiciais que o tabaco tradicional, provando que haveria significativo ganho em saúde para os mais de 20 milhões de fumantes no Brasil caso tivessem acesso aos produtos.