O “Efeito ilusório da verdade” é um fenômeno identificado pela primeira vez em um estudo de 1977 na Villanova University e na Temple University. Trata-se de uma técnica de persuasão que ajuda o cérebro a fazer escolhas dando mais peso aos conceitos e ideias que ouvimos repetidamente.
Com essa técnica, entendemos que a repetição facilita o processamento de declarações, levando as pessoas a acreditar que a conclusão repetida é mais verdadeira. Embora a tática tenha sido citada cientificamente apenas nos últimos anos, é um fenômeno com o qual as pessoas estão familiarizadas há milênios.
O estadista romano Cato encerrou cada um de seus discursos com um apelo à destruição de Cartago (“Ceterum censeo Carthaginem esse delendam”), sabendo que a repetição geraria concordância.
Napoleão teria dito que “Há apenas uma figura em retórica de grande importância, a saber, a repetição”, na qual uma afirmação repetida se fixa na mente de tal maneira que é aceita no final como uma verdade demonstrada.
O “efeito verdade” desempenha um papel significativo em vários campos de atividade, como política, oratória e propaganda.
Durante as campanhas eleitorais, informações falsas sobre um candidato, se repetidas em comerciais de tevê, podem fazer com que o público acredite. Da mesma forma, a publicidade que repete alegações sobre um produto pode aumentar as vendas porque alguns espectadores podem pensar que ouviram as alegações de uma fonte objetiva.
E nos cigarros eletrônicos vemos este fenômeno acontecendo em diversos países, onde o público leigo percebe os riscos dos produtos de forma muito pior do que eles realmente são.
Cigarros eletrônicos possuem apenas uma fração dos riscos dos cigarros convencionais, sendo declarados por pesquisas científicas como pelo menos 95% menos prejudiciais. Porém muitas pessoas pensam que são produtos tão ou até mais prejudiciais do que os convencionais.
No quadro acima, Clive Bates em seu blog mostra a incorreta percepção de risco nos EUA entre 2014 e 2020, por conta de uma campanha anti-vaping massiva e coordenada por grupos proibicionistas, o público passou a considerar os cigarros eletrônicos muito mais prejudiciais do que os cigarros convencionais.
Na pesquisa mais recente, apenas 2,6% têm uma percepção correta de “muito menos prejudicial”.
“Menos prejudicial” caiu de 31.9% para apenas 8,6%, mas mesmo isso é uma percepção equivocada – menos pode significar um pouco menos, como por exemplo 20% menos prejudicial, o que ainda é extremamente impreciso e seria incluído nesta resposta.
Temos 27,7% achando que os cigarros eletrônicos são mais prejudiciais ou muito mais prejudiciais do que os cigarros, e 62% acham que são tão prejudiciais ou mais prejudiciais. Não há absolutamente nenhuma base substantiva para pensar isso.
“Não sei” neste contexto com 24.4% é provavelmente resultado de informações conflitantes e confusas que circulam na mídia.
O motivo destes dados pode ser a repetição pela mídia sobre informações incorretas à respeito dos vaporizadores. Múltiplos estudos sobre o “efeito ilusório da verdade” mostram que ele funciona para 85% das pessoas.
No Brasil devido a uma companha coordenada por grupos anti-vaping, alguns financiados por capital estrangeiro, a mídia repete à exaustão informações falsas ou que simplesmente não são comprovadas cientificamente. Algumas delas é que os cigarros eletrônicos pertencem à indústria tabagista, que a EVALI foi causada pelos produtos ou ainda que eles são tão prejudiciais do que fumar, entre outras.