Brasília, 29 de novembro de 2023 – O Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo (Direta) convocou consumidores para uma manifestação em frente ao prédio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que irá discutir a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil na sexta-feira, dia 1º de dezembro, a partir das 9h. O dispositivo tem o comércio proibido no Brasil por uma portaria da própria Anvisa de 2009. Agora, porém, a resolução da agência regulatória está em processo de revisão.
O presidente do Direta, Alexandro Lucian, afirma que a presença dos consumidores deve ser um lembrete para que os diretores da ANVISA não percam de vista quem realmente importa. “Milhares de pessoas contam com o apoio dos cigarros eletrônicos para conseguirem deixar o tabagismo. Ao longo das últimas semanas, dezenas de consumidores enviaram vídeos contando seus testemunhos à agência. Queremos ter os mesmo direitos que os norte-americanos, os ingleses, os suecos e outros cidadãos de mais de cem países onde o vape é regulado. Essas pessoas sabem o que estão consumindo, tem controle e contam com a proteção de seus países”, explica.
No Brasil, a proibição nunca inibiu o uso do cigarro eletrônico, pelo contrário, o número de consumidores só cresce. De acordo com a pesquisa realizada pelo Ipec em 2022, existem cerca de 2,2 milhões de consumidores regulares de cigarros eletrônicos no Brasil e todos eles estão à mercê de um mercado ilegal sem conhecer a procedência dos ingredientes ou seus riscos. “A proibição nos deixa à mercê do comércio ilegal. Quem tem condições vai ao exterior comprar produtos de qualidade em mercados regulados, já quem não pode, estão sujeitos a produtos sem qualquer controle de qualidade e procedência”, diz Lucian.
A reunião contaria com algumas contribuições presenciais, mas em vista das manifestações anunciadas de grupos contra a regulamentação, a agência decidiu aceitar apenas contribuições por vídeo. “Sabemos que será uma decisão muito difícil da ANVISA, mas também sabemos que em outros países dar este passo salvou milhares de vidas nos últimos anos”, conclui.
O DIRETA foi fundado em 2021 e representa atualmente mais de 9.500 consumidores engajados pela participação ativa da sociedade civil e de profissionais multidisciplinares nas políticas públicas pela redução de danos do tabaco. A entidade liderou uma petição em prol da regulamentação do cigarro eletrônico e do direito pelo consumo de um produto seguro e de uma sociedade que pesquisa e desenvolve o produto em benefício da redução de danos do tabagismo.
Sobre o DIRETA (Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo) – Organização não governamental, sem fins lucrativos, formada por técnicos de Redução de Danos (RD), profissionais da área da saúde, representantes do campo legal, social e ambiental que busca transformar as políticas públicas de saúde do tabagismo através da estratégia de Redução de Danos. A organização promove a participação ativa da sociedade civil na formação de um grupo multidisciplinar, que vê na RD uma alternativa eficaz na melhora da qualidade de vida dos consumidores de nicotina.
Sobre Alexandro Lucian – Alexandro Lucian é pesquisador, especialista em Redução dos Danos do Tabagismo (RDT) e presidente do DIRETA. Foi fumante por mais de 15 anos, consumindo 3 maços de cigarros por dia e após tentar todos os métodos antitabagistas, só teve sucesso graças aos cigarros eletrônicos em 2015. Por este motivo, criou um projeto multiplataforma batizado de Vaporaqui.net, hoje a maior fonte de informações independentes sobre RDT no Brasil, transformando Alexandro em um líder no tema.