É fácil encontrar no mercado líquidos para vaporizadores com cores diversas, com tonalidades chamativas como vermelho para remeter ao morango, verde para limão ou menta e azul para blueberry ou anis. Essa técnica é usada há muitos anos na indústria alimentícia em todo tipo de produto para torná-los mais atrativos ao consumidor.
Porém no vaping não existem estudos que comprovem a segurança da inalação de componentes responsáveis por colorir os líquidos.
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Que cores os juices possuem naturalmente?
Os líquidos para vaporizadores são feitos com essências alimentícias que costumam ter tonalidades que vão do transparente até o marrom escuro, passando pelo amarelo claro e até o laranja. Essas tonalidades são influenciadas principalmente pela quantidade de açúcar nas essências que os compõe, sendo as de caramelo, baunilha e chocolate as que mais se destacam nas tonalidades escuras.
Obviamente que o líquido final irá acompanhar o tom das essências e um importante fator que também influencia é a nicotina. A oxidação natural do composto torna os líquidos mais escuros e um líquido amarelo claro pode se tornar até um tom forte de laranja.
Essa oxidação pode fazer com que um mesmo produto tenha tonalidades bem diferentes, dependendo do “tempo de prateleira”, que é o tempo que o frasco passou do momento de sua fabricação até o seu consumo. A alteração dessa cor pode ser acelerada dependendo da forma como ele é acondicionado, caso fique sujeito à luz solar ou calor excessivo.
Um líquido amarelo claro contendo nicotina pode facilmente ficar amarelo escuro e até laranja com o passar do tempo, o que não significa que está estragado. Um líquido com a nicotina oxidada a ponto de ser considerado impróprio para consumo precisa ser deixado em calor excessivo ou diretamente sob luz solar por tempo considerável ou ainda um prazo longo de mais de 3 anos deve ter passado.
Que cores os líquidos não possuem naturalmente?
As cores não naturais dos líquidos são aquelas do espectro primário: verde, vermelho e azul e algumas combinações resultando no magenta e no ciano.
Se um juice possui uma destas cores é porque foi adicionado algum corante.
Quais são os corantes utilizados?
Atualmente a indústria utiliza em larga escala dois tipos de corantes: naturais e sintéticos.
Corantes Naturais
- Betanina ou corante E-162 é retirado da beterraba e dá um tom avermelhado.
- Antocianina que é um extrato vegetal que cria a cor do vermelho vivo, roxo e azul.
- Beta-caroteno é a vitamina A e também um pigmento, dando a cor laranja.
Corantes sintéticos
- Índigo-carmim para o azul e o amarelo, é um sal sódico do ácido 5,5′-indigodisulfônico.
- Vermelho Allura AC ou corante E-129 é um sal dissódico do ácido 6-hidroxi-5-((2-metoxi-5-metil-4-sulfofenil)azo)-2-naftalenossulfônico.
- Amarelo de quinoleína ou corante E-104, um sal dissódico do ácido 2(2-quinolil)-indanodiona-1,3-dis-sulfónico.
A utilização de coloração na alimentação é antiga, datada de 1500 BC com os Egípcios e atualmente é amplamente usada em praticamente tudo o que consumimos.
As únicas críticas estabelecidas na utilização de corantes estão associadas à hiperatividade infantil, porém nenhum estudo conseguiu comprovar o efeito.
Líquidos para vaporizadores com corantes fazem mal?
Ainda não sabemos.
Seu uso nos líquidos para vaporizadores não é considerado uma boa prática pelo mercado e seus consumidores, portanto é limitado a poucas opções, o que não nos oferece pesquisas suficientes específicas para contabilizar os potenciais danos que esses compostos podem causar no organismo.
Se optarmos pelo simples bom senso, é correto afirmar que quanto menos compostos químicos sejam utilizados nos líquidos, melhor.
Outra questão à ser levada em conta é a procedência destes produtos. Não apenas devemos nos preocupar com a higiene, mas a qualidade dos insumos utilizados, sendo os corantes mais um fator numa equação que deve ser a mais simples possível. A utilização de corantes não possui nenhuma função além de mudar a cor do líquido, criando um apelo puramente visual e de marketing, portanto é algo que deve ser evitado.