No meio do ano de 2019 uma pesquisa realizada por Dharma N. Bhatta e Stanton A. Glantz apresentava informações e conclusões de que o vaping estava associado com um aumento de riscos de infarto do miocárdio, dizendo que os riscos eram similares ao tabaco convencional.
A pesquisa pode ser vista através deste link.
Em resumo a pesquisa dizia que independente se o uso fosse esporádico ou diário, os cigarros eletrônicos contribuíam para causar infarto do miocárdio de forma praticamente igual aos cigarros convencionais e o uso duplo de ambos os produtos criava riscos maiores do que o uso de um ou de outro de forma exclusiva.
Este artigo foi muito utilizado por entidades de saúde brasileiras para alardear que os cigarros eletrônicos não são uma boa alternativa para o tabagismo, insistindo que os tradicionais adesivos, gomas de mascar e remédios é que funcionam, inclusive apresentando estes dados na Anvisa tentando barrar a discussão para uma potencial liberação do comércio de cigarros eletrônicos no Brasil.
Mas como a ciência não para e pesquisas são frequentemente colocadas em revisão por outros cientistas, foram identificadas falhas graves nesta pesquisa e em suas metodologias, tornando suas conclusões não confiáveis chegando ao ponto de periódicos médicos como o Journal of The American Heart Association considerar necessário se retratar publicamente por ter divulgado o artigo, como aconteceu hoje dia 18 de Fevereiro de 2020 conforme você pode conferir neste link.
Para quem não conhece Inglês, a retratação informa que foram identificados erros graves de metodologia em que não foram sequer informados se os infartos do miocárdio haviam acontecido ANTES ou DEPOIS do uso dos cigarros eletrônicos e apesar de ter sido dada a chance de apresentação destas informações, os responsáveis pelo estudo não conseguiram apresentar estes dados.
Este é apenas um dos vários casos em que pesquisas ditas “científicas” são desbancadas pela comunidade mundial por conta de suas metodologias falhas ou por conflitos de interesses, contribuindo para a desinformação e sendo um prato cheio para quem quer de forma ideológica acabar com a possibilidade de liberação do comércio de cigarros no Brasil.
Isso prova que nem tudo o que é dito ser “pesquisa científica” pode ser aceita sem antes uma profunda revisão e análise por especialistas e pela sociedade.