Trabalho de Issa M Alkhonain, Mohammad Alqahtani, Lara A Alnamlah, Mostafa Kofi
Artigo original: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39917161/
Abstrato
Introdução: Com o crescente uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens, é fundamental combater a desinformação sobre seu consumo. Este estudo busca aprimorar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre os riscos associados aos cigarros eletrônicos, contribuindo para uma melhor educação dos pacientes e melhores resultados em saúde pública.
Objetivos: Avaliar a conscientização dos profissionais de saúde sobre equívocos relacionados ao uso de cigarros eletrônicos e as implicações desse conhecimento em seu uso pessoal e práticas profissionais.
Métodos: Foi realizado um estudo transversal nos centros de atenção primária do Prince Sultan Military Medical City (PSMMC), em Riade, Arábia Saudita, para avaliar a percepção dos profissionais de saúde sobre equívocos relacionados aos cigarros eletrônicos. Utilizando uma técnica de amostragem por conveniência, a amostra-alvo era de 246 participantes, dos quais 208 participaram efetivamente, garantindo uma representação robusta. Os participantes elegíveis incluíam profissionais de saúde do PSMMC que atuam na atenção primária, enquanto aqueles de outros departamentos ou instituições foram excluídos.
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário estruturado online, abordando informações demográficas, uso pessoal de cigarros eletrônicos, conhecimento sobre seus impactos na saúde, potencial viciante e regulamentações associadas.
Resultados: O estudo contou com 208 participantes, sendo a maioria (150, 72,1%) com idade entre 25 e 35 anos. O grupo era predominantemente masculino (108, 51,9%) e composto por cidadãos sauditas (147, 70,7%). Além disso, 108 participantes (51,9%) eram casados, e metade se especializava em medicina da família.
Embora apenas 35 participantes (16,8%) fizessem uso pessoal de cigarros eletrônicos, 124 (59,6%) conheciam alguém que os utilizava. As redes sociais foram apontadas como a principal fonte de informação por 127 (61,06%) dos entrevistados. A grande maioria (185, 88,9%) acredita que os cigarros eletrônicos são prejudiciais, e 164 (78,8%) reconhecem os riscos do aerossol do cigarro eletrônico para terceiros.As opiniões sobre os cigarros eletrônicos serem menos nocivos do que os cigarros tradicionais são variadas: 64 (30,8%) concordam com essa afirmação, enquanto 136 (65,4%) reconhecem seu potencial viciante. Há um amplo apoio à regulamentação dos cigarros eletrônicos da mesma forma que os produtos de tabaco (150, 72,1%) e à proibição de seu uso por menores de 18 anos (164, 78,8%).
A análise estatística revelou uma associação significativa entre a especialidade em medicina da família e a crença nos riscos à saúde dos cigarros eletrônicos (p=0,029), indicando a necessidade de educação específica e medidas políticas direcionadas.
Conclusão: Apesar do conhecimento relativamente bom dos participantes sobre os cigarros eletrônicos e seus impactos na saúde, ainda persistem equívocos significativos. Isso reforça a necessidade de programas contínuos de educação e treinamento para profissionais de saúde, garantindo que eles tenham informações precisas e atualizadas para orientar adequadamente seus pacientes.